0

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Aborto, só defende quem está vivo




Aborto. O tema é bastante controverso, no mínimo. Muitas opiniões. Muitos debates. Muitas pessoas inteligentes defendendo seus pontos de vistas de forma brilhante. Não é de hoje que se entra em guerra sobre esse assunto. No Brasil, ele está em alta e com uma roupagem um pouco diferente do que estamos acostumados a ver. Qual é? Anencéfalos. A despeito de tudo, será que o julgamento do STF sobre essa questão não se trata apenas de uma estratégia “militar”? Ganhar uma batalha e ficar mais forte para outra? Bem provável! E, mais uma vez, a guerra é anunciada, lutas são travadas e muitas pessoas são feridas. Não vamos entrar muito na discussão do aborto de anecénfalos, mas vamos entrar no debate do aborto como um todo.

Ponderações iniciais:

Gostaria de defender a nossa posição como Evangelho Urbano desta forma: vivemos nesse mundo, mas somos cidadãos de outro. Fp 3:20 é claro sobre isso: “A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”. É por isso, que Pedro ao escrever a sua primeira carta chama os cristãos de “peregrinos” (1 Pe 1:1). Nós não somos daqui. Isso significa na prática que o argumento do cristão que vivemos em um Estado Laico e que a nossa fé deve silenciar diante dessa verdade, é um argumento muito perigoso e não bíblico.

Alguns anos atrás, o aborto seria, no mínimo, improvável. Os tempos mudaram e com eles vieram à revolução sexual, a revolução do prazer pelo prazer e a revolução do relativismo. Novos tipos pessoas estão surgindo e novos tipos de pensamentos emergiram em nossa cultura. E com isso, novas mudanças têm impactado o mundo real e também o mundo jurídico. O direito precisa posicionar-se; precisa acompanhar a cultura; precisa estender suas mãos para a realidade inegável de que parece que a norma não é mais o direito à vida do bebê, mas do direito à escolha da mãe. Parece que o argumento, de forma bruta, é este: decidimos quando faremos sexo, com qual pessoa o faremos, quando engravidaremos e se nascerá ou não.

Mas a pergunta principal e a que mais nos interessa aqui é: como os cristãos devem se posicionar? A nossa resposta é que devemos nos envolver nessas questões, mas nos lembrando sempre que somos cidadãos de outro mundo. O nosso principal argumento é que a cosmovisão do mundo, da cultura ou do direito não deve dirigir o cristão. A cosmovisão divina, bíblica, cristã, deve ser a lente pela qual enxergamos o mundo. Em outras palavras, não vamos até o mundo para depois ir até a Bíblia, mas vamos até ela e depois nos voltamos para o mundo. Isso faz uma grande diferença para nós cristãos nessa questão, porque podemos afirmar que nenhum direito ou igualdade está acima da verdade.

O grande problema dos cristãos que defendem esse ponto de vista (a favor do aborto) é que eles têm uma mente afetada pela cosmovisão do mundo, não da Bíblia. O que o mundo prega é que os direitos iguais são mais importantes do que a verdade; de que o direito a vida de quem está vivo é mais importante do que o direito à vida de quem está para nascer. Pior ainda, nessa questão, é que parece que o direito a escolha de quem está vivo supera o direito à vida de quem não nasceu ainda.

A religião não tem espaço porque é algo místico; impróprio para resolver casos como esse. No entanto, a perspectiva certa do cristão deve ser lutar com base no que a Bíblia diz e defendê-la, seja isso impopular ou não. Seja isso contra a visão do mundo ou não. Um cristão que pensa que esses tipos de direitos são mais importantes que a verdade revelada por Deus está cometendo um erro de prioridades. Deus revelou a verdade para mudar as nossas vidas e para que, depois de conhecê-la, vivêssemos de acordo com ela.

Sem dúvida nenhuma essa é uma discussão gerada por mudanças sociais. Não estaríamos discutindo esse assunto de maneira séria se vivêssemos há alguns anos atrás. Mas os tempos mudaram e cá estamos nós usando a internet para mostrar em que acreditamos. Daqui a alguns anos, o que estaremos discutindo? Será que o pedófilo procurará mostrar a todos nós que essa é uma opção sexual como qualquer outra? Será que estaremos discutindo como o cristão deverá lidar com isso? Será que o direito, em suas cortes e mansões, estará sendo norteado por mais uma mudança social?

Como disse no início: vivemos nesse mundo, mas somos cidadãos de outro (Fp 3:20). Não acredito que Deus se agrade quando somos omissos em nos posicionar nessa questão ou quando nos posicionamos de forma que não apoiamos incondicionalmente o que Ele pensa e quer que vivamos.

Em defesa da vida

Basta acontecer uma tragédia que milhares de corações são sensibilizados. O grande problema é que milhares de mortes (abortos) são realizados anualmente, mas, por algum motivo, somos insensíveis o suficiente para nem se importar com esse assunto. A maioria desses abortos é realizada entre a décima e décima quarta semana, tempo que é “ótima para o desmembramento do bebê e a evacuação”. Quem chora por eles? Quem se sensibiliza por eles? E quem disse que matar um bebê em quanto ele está no útero da mãe não é errado como matar um bebê de apenas um mês de idade? Qual é diferença entre os dois para que um seja assassinato sem quem exista um culpado e o outro, cause horror e prisão?

Parece-me que estamos esquecendo a verdade de que a vida humana é maravilhosa. Não existe nada igual nesse mundo. Somente os seres humanos foram criados a semelhança de Deus ( Gn 1:27, Gn 9:6 e Tg 3:9,10), indicando que somente o ser humano, maravilhoso como é, vive e vive para sempre. Como John Piper disse:

“Não existe evidência convincente na Bíblia ou em qualquer outro lugar que quaisquer animais nascem com almas ou que eles vivem depois que eles morrem. Não existe evidência convincente na Bíblia ou em qualquer outro lugar que anjos estão sendo criados hoje. O único ser em todo Universo que se mantém se originando e que vive para sempre e é semelhante a Deus é o homem… O início da vida humana é algo magnífico. Nunca parem de ficar maravilhados com a dádiva da vida – a dádiva do nascimento”.

Matamos porque possivelmente eles podem nascer com defeitos. Matamos porque eles vieram em um momento que atrapalhará muito. Matamos porque achamos que temos o direito de dizer quem vive e quem morre. Matamos porque achamos que eles ainda não são seres humanos como a gente. Matamos porque eles não têm direitos nenhum, o que é obviamente um erro grotesco. Matamos porque já estamos mortos há muito tempo pela escravidão do pecado, pela escravidão de uma era que se preocupa apenas com seus prazeres egocêntricos e por acumular riquezas e status. Matamos porque somos covardes e porque eles não têm como se defenderem. Matamo-los e tudo o que eles, esses pequenos seres humanos como a gente, gostariam de “ouvir” sem dúvida é: “Está tudo bem, está tudo bem… não se preocupe. Logo, logo você estará aqui comigo. Nada de ruim vai acontecer, eu prometo”.

Somente Deus tem o direito de tirar a vida e dar a vida a qualquer pessoa, e Jó aprendeu essa lição ( Jo 1:21). Ele dá a vida, não nós. Ele toma a vida, e não nós. Esse é o seu direito como Deus, não nosso. E não se esqueçam de que, enquanto um bebê está sendo formado na barriga da mãe, Deus está trabalhando pesado nisso. Sl 139:13 diz:

“Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe”.

Não, não é somente um processo biológico. O nascimento de uma criança é algo divino e os nossos olhos deveriam se encher de lágrimas com essa maravilha: um novo ser humano, a imagem de Deus e que irá viver para sempre. Oh, como é maravilhoso a dádiva da vida! Como devemos nos maravilhar dia após dia com isso e nunca parar de defender o direito de uma criança nascer, porque tudo isso é obra das mãos de Deus.

O aborto mata tudo isso, não somente a criança.

Que sejamos a geração que irá dizer não ao aborto e sussurrar ao bebê ainda na barriga da mãe: “Está tudo bem, pequenino, está tudo bem… Logo, logo a gente vai se ver”.

Por fim, “Só defende o aborto aqueles que nasceram”. A questão é muito maior do que o debate do STF sobre aborto de anencéfalos. Não consigo parar de pensar, que se for legalizado, ganhando assim a primeira batalha, não demorará muito para que milhares de crianças ou bebês ou fetos fiquem com seus direitos restringidos ou limitados pelos direitos daqueles que sabem mais, só porque nasceram. 

Em defesa da vida
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário